sexta-feira, 10 de julho de 2009

love love

Ao ouvir o soar da campainha Matilde quase que correu para a porta. A casa estava deserta, mas isso nao a deixava assustada. Numa voz suave ouviu do outro lado da porta:
- Abre Matilde, sou eu o Martim.

A porta abriu-se e os olhos dos dois fizeram logo faísca.
- Bem Matilde, estás.. - exitou- linda..! - sorriu.
- Oh Martim, que exagerado! Tu tambem estás lindo.. - e corou - entra, senta te ai na sala.

Martim entrou, algo preocupado.
- Hum, a tua tia nao está cá hoje?
-Nao.. ao que parece uma das novas conquistas dela convidou-a para jantar e ela "nao podia recusar".

Entraram para a sala onde se sentaram e ficaram em silencio durante algum tempo. Nenhum deles era capaz de interroper aquele silencio profundo. Apenas o barulho da televisao detia um pouco daquela atmosfera silenciosa.
Já se fazia tarde e mesmo assim eram capazes de passar horas naquele silencio aterrador. Matilde tomou o primeiro passo.
-E que tal se fossemos jantar? daqui a bocado fica tarde e nao pode ser nao é..
- Boa ideia, vamos.

Levantaram-se os dois ao mesmo tempo, como com a telepatia que existia entre eles. Dirigiram-se á cozinha, onde estava um mesa muito bem preparada. Sentara-se frente a frente, e aquela cozinha dava um ar romantico ás coisas. Estava tudo tao bem decorado, tudo tao bem preparado como por profissionais. A tia Gi esmerava-se ao máximo, e conseguia. Durante o jantar, mal falaram, trocaram apenas vagos e envergonhados olhares. Os sorrisos escaceavam, talvez com vergonha ou algo estupido. Depois de uma Lasanha Verde, á moda da tia Gi, uma sobremesa fazia crescer agua na boca. A tia Gi queria que mesmo sem ela lá, tudo fosse especial e do melhor, por isso deixou uma tarte de morango. Deliciavam-se a cada pedaço da mesma que metiam na boca. Estava optima.
- Bem martim, agora que já acabamos, vamos lá a cima, quero mostrar te as fotografias de Lisboa e de todas as minhas viagens. - pegou na mao dele e subiu as escadas com a felicidade de uma criança.

Entraram no quarto e Matilde logo se preocupou em acender os candeeiros que tinha por lá. O ambiente estava fantastico, mesmo tipico de verao. Sentou se na cama e ligou o portatil. Martim ficou á porta parado a observar todos os seus gestos. Preenchia lhe o olhar ver Matilde feliz, e nao exitou em sentar-se a seu lado.
Matilde resolvera abrir (finalmente) o seu coraçao ao amor, e esquecer tudo o resto. Ela tinha a certeza que Martim nao era apenas um vulgar rapaz, mas sim um rapaz que a fazia sentir tudo aquilo que ela nunca tinha sentido antes.
Estavam agora sentados lado a lado, onde observavam fotografias de viagens e Matilde contava um pouco das historias. Martim interessava-se por conhecer mais de matilde, e ela adorava mostrar lhe e contar lhe as suas historias. Ela pediu a Martim, que lhe contasse um pouco mais dele, e das suas aventuras.
- Podemos ir até á varanda? adoro conversar ao luar e a ouvir o som das ondas..
Matilde acenou lhe que sim com a cabeça, e ele abriu a janela, e sentou se no baloiço que havia na varanda. Ela por impulso, seguiu lhe os passos e sentou-se a seu lado.
Estava uma noite linda. O ceu estava estrelado e o mar tao calmo como nunca antes se vira, e a lua, a lua estava cheia, bem amarela lá no alto. Uma noite perfeita.
Martim iniciou as suas aventuras, e os risos entre os dois eram constantes. Subitamente, o silencio voltou, e desta vez Martim quis que ele nao existisse.
- Sabes Mati.. Tu és muito especial e..
- Sim..
- E nao consigo ter palavras, tu és espectacular, fazes me sentir muito bem.. - Enquanto falava, ia aproximando a sua boca da boca de Matilde. Matilde apenas se deixou levar, e o momento ansiado aconteceu. Finalmnte o primeiro beijo. Cada qual estava profundamente feliz com aquele momento, era notorio. Apenas o mar, a lua e as estrelas, tinham sido as testemunhas do inicio daquele amor. Eles nao queriam apressar as coisas, nao queriam ainda compromissos, mas havia um desejo de serem mais que amigos, eles ja o tinham provado depois daquele beijo.
Deixaram-se ficar ali deitados no baloiço, namoriscando um com o outro até darem as 12 badaladas. Matilde sentiu-se a cinderela, invertida, pois seria martim a ir embora, e nao ela. Acompanhou-o á porta, e despediu se dele com um beijo apaixonado. Sorriu e disse para quando ele chegar a casa, para mandar uma mensagem. Fechou a porta. Subiu as escadas calmamente, fascinada com tudo o que se tinha passado. Se o dia tinha sido longo, a noite dava pano para mangas. Deitou-se sobre a cama e o seu telemovel tocou- era Martim. A mensagem dele era simplesmente perfeita.
"Princesa, adorei a noite (e o dia) de hoje. Es muito especial como já disse e adorei tudo, foi perfeito. Amanha á hora de almoço passo aí para me ires ver surfar. Beijos enormes, adoro-te miuda mais perfeita do universo".
Derreteu-se completamente. Vestiu o pijama rapidamente e deitou-se. Apagou a luz e aconchegou os lençois. Excusado será dizer que adormeceu com um sorriso estupendo. O amor acontece mesmo.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

será que hoje é o dia?

Em breves minutos, Martim desceu a rua em direcçao a sua casa. Sentia-se confiante, com vontade de tentar aquilo que ja queria fazer desde a primeira vez que viu Matilde. Seria hoje, que talvez tivesse a oportunidade dos seus sonhos, e tentar com que o primeiro beijo entre eles acontecesse hoje, como por magia. Mas, nao seria andar rapido demais com as coisas? Nao seria já querer dar um passo muito grande? Pensou. E nesse periodo pensativo, que o levava até casa, foi repensando e repensando umas quantas e quantas vezes, sobre se deveria, ou nao, tomar o primeiro passo. Um arrepio percorreu lhe a espinha. Os nervos, ocupavam lhe agora as veias. Tinha de ser hoje. Ele queria-o e depois de um dia como aquele, nao importava mais nada. Nem o medo de que Matilde o tentasse deter de um acto daqueles. Martim sentia uma confiança que nunca antes sentira. Sentira-se invadido por ela, que o enloquecia. Dali a uns metros, já se avistava a sua casa. Era uma casa simples, mas bonita. Apenas de um andar, aquela moradia rasteira, era perfeita. Ao entrar pelo grande portao verde havia um caminho de pedra a percorrer. Ao fundo, havia uma piscina enorme, quase sempre abandonada, porque Martim preferia mil vezes as ondas do mar, do que a calma da piscina. Um relvado verde, chamativo, rodeava toda a moradia. Ao lado da piscina, uma mesa pequena com um guarda sol em cima. Era ali que tomavam o pequeno almoço em familia, todas as manhas. Em frente á piscina, era possivel avistar uma cama de rede creme, que ficava ligeiramente sobre a janela. As paredes eram ligeiramente liláses suaves, que contrastava com as portadas brancas que havia em cada janela. A porta era branca, tambem. Martim entrou em casa, e a sua mae, Helena, logo o abraçou com felicidade. O seu pai, Joao, estava sentado no sofá de pele escura, que existia na sala. Lia o jornal enquanto ia ouvindo as noticias na televisao. Para Martim já era habitual o seu pai nao mostrar grande afectividade quando ele entrava em casa, por isso ja nao se importava e ao entrar na sala mandava um "Boa noite" ao qual nem sequer era correspondido. Isso deixava o triste, mas Serafim, o seu grande companheiro, um Labrador Retrivier, nunca o deixava entristecer pois era um cao muito muito alegre. Adorava o seu dono e era incapaz de o deixar triste. Percebia-o melhor que os seus amigos. Martim entrou no seu quarto, escolheu delicadamete o que ia vestir. Nada poderia falhar naquela noite, tinha de ser tudo perfeito, e ele queria estar á altura, queria impressionar Matilde logo á primeira vista. Depois de uma escolha a fundo, um par de calças de ganga e um polo simples. Foi tomar o seu duche e tentou despachar-se.
Já Matilde, entrou de rompante na cozinha com os olhos muito brilhantes e sorriu. A tia percebeu a sua felicidade, e o motivo dela. Era evidente que a sua pequena sobrinha estava apaixonada, e ao que tudo indicava, correspondida. Matilde subiu as escadas e procurou algo para mudar de roupa, mas estava numa tremenda indecisao: vestidos, calças, saias, calçoes..! Que confusao tremenda! Optou por um vestido branco com flores turquesa e umas havainas bem simples. Afinal de contas era "apenas" um jantar. Em poucos minutos estava vestida para o seu simples jantar. A tia Gi subiu ao quarto, bateu á porta e esperou uma resposta:
- Sim?
- Mats, esqueci me de te avisar que hoje nao vou jantar cá em casa, o Rafael convidou me e.. nao pude nao aceitar. Nao te importas sobrinha querida? - disse Gi sorrindo de orelha a orelha tentando fazer um ar convincente.
- Oh tia, claro que nao me importo.. Fizeste o meu jantar? O Martim vem cá, nao te esquecas.
- Eu sei meu amor, nao te preocupes, esta no forno, é so tirares e servires. Diverte-te e porta te bem!
-Obrigada tia, tu tambem! -proferiu Matilde com o seu melhor sorriso.

Pegou na escova, penteou o cabelo, e desceu as escadas em direcçao á sala de estar onde esperou.

Martim estava agora a sair de casa com a mesma segurança de á pouco. Seria hoje que iria ser o grande dia? Talvez. Em passos velozes e largos chegou rapidamente a casa de Matilde e tocou á campainha. A calma deu lugar a um enorme nervosismo..

terça-feira, 16 de junho de 2009

Uma ida ao shopping

Sairam de casa felicissimos. Dirigiram-se á paragem da camioneta que chegava dentro de minutos:

- Ufa, chegamos mesmo mesmo a tempo! - disse Martim

- Pois foi! Temos mesmo sorte (risos)

* O autocarro chegava e eles entravam lá dentro, Proxima Paragem: Vila Shopping

Apos uns 15 minutos de autocarro chegaram á vila. Haviam imensos turistas, a tirarem fotografias ao pé de tudo o que era estatuas e monumentos ou ate a comprarem bogigangas em tudo o que era sitio. Matilde adorava ver assim tanta gente, fazia lembrar Lisboa.

- Sabes, estar aqui tanta gente faz me lembrar Lisboa. - Propos Matilde em tema de conversa

- A serio? Eu sempre vivi aqui, nunca fui a Lisboa. - Martim

- Devias ir, aquilo é muito giro. Tem várias coisas antigas, tem sempre montes de gente pelas ruas, se quiseres mais logo passas por casa da tia Gi e eu mostro te fotografias de lá e passamos o serão a jogar ou a ver um filme, ia adorar! Vens? - Convidou Matilde.

- Oh, nao quero incomodar.. - Disse Martim que foi prontamente interrompido

- Mas nao incomodas, vem lá por favor, sou eu que estou a pedir, assim até nos ficamos a conhecer melhor! Entao, alinhas? - Disse Mat sorrindo

- Com esse sorrisinho nem te consigo dizer que nao.. Está bem eu vou, convenceste me - disse Martim dando lhe um beijo na testa.



Juntos a passearem pela vila, parecia que se conheciam á anos. Uma cumplicidade tamanha que nao se explicava.



- Mostra me um pouco da vila e depois almoçamos no shopping, que me dizes?

- Tu mandass mat!



Percorreram a vila de lés a lés. Matilde adorou. Seguiram para o shopping.



- Martim, que me dizes de irmos á pasta comer? apetece me umas massas..

-Claro Matilde estás á vontade, hoje, tu mandas em mim - e sorriu inocentemente.

Durante o almoço, varias conversas surgiram. Contaram um pouco da sua vida um ao outro, mas mesmo assim continuavam eternos desconhecidos. Mesmo sendo desconhecidos, havia uma quimica que os juntava, como os polos negativos e positivos, que rapidamente se atraem um pelo outro. Sim, talvez sentissem apenas uma atraçao um pelo outro, ou talvez ainda pudesse tornar-se mais do que isso. Matilde tinha medo, medo que o amor se apoderasse dela, e a magoa-se como sempre fez. Podiam acha-la uma medricas, com medo de sentir o amor puro, com medo de chorar, com medo de arriscar uma felicidade gigante. Ela nao se importava. Há muito que tinha conseguido manter se com a sua liberdade, onde fazia aquilo que mais queria, que mais gostava, e assim, nao pensava nos amores e desamores que a rodeavam. É verdade, existiam sempre algumas pequenas paixoes pelo meio, e mesmo com a sua beleza, havia sempre algo que estava em discordancia. A verdade, era que nao era preciso ser-se bonita, nem haver algo mais forte e chamativo para arranjar um verdadeiro amor, e apesar da beleza exterior, matilde era igualmente bonita e séria por fora, e por dentro. Era isso que a tornava especial aos olhos de Martim, que exercia sobre ela um enorme fascinio. Martim, era o rapaz de sonhos de matilde, preenchia-lhe todos os requisitos necessarios e era tão, tão especial para ela, que o via sempre com outros olhos.
Já martim, era semelhantemente parecido com matilde. Tinha sofrido algumas desilusoes, mas abria sempre uma nova porta ao amor. Ao ver matilde ficou paralisado, senti as pernas tremer, a voz falhar lhe a barriga a borboletear. Era tudo tao estranho para ele, era algo que ele nunca tinha sentido, mas gostava de o sentir. A beleza exterior e interior tambem lhe pertenciam, eram almas (quase) gémeas, e eles sabiam. Gostavam do que sentiam um pelo outro, fascinava-os o facto de serem plenos desconhecidos e preencherem-se mutuamente, mas nenhum dos dois tomava a decisao de falarem sobre esse assunto. A vergonha era a principal razao, e talvez, tambem o medo que um dos dois nao sentisse o mesmo.
O almoço decorreu com normalidade, e terminado o mesmo decidiram ir ao cinema.

Mat: entao martim, que filme queres ver?
Mar: nao sei matilde, escolhe tu, estás á vontade!
Mat: mas eu tambem nao sei, isto assim é complicado
Martim e Matilde (em unissono): E se vissemos o crepusculo? - deparando com a engraçada situaçao deram enormes gargalhadas.

Mat: somos mesmo parvos, agora até telepatia temos.
Mar: podes crer, somos grandes!

Rumaram ao cinema onde permaneceram durante um par de horas.
Na hora de ir embora, ainda houve tempo para comprarem uns doces para se entreterem na viagem, enquanto iam contando episodios engraçados um ao outro. Chegaram á praia muito contentes com uma alegria contagiante. Tinha sido um dia enormissimo e o sorriso que ambos traziam no rosto, era prova que tinham gostado. Martim acompanhou Matilde a casa e ao chegar lá, a tia perguntou lhe se ele gostaria de ficar para jantar, Martim agradeçeu e perguntou se poderia ir a casa tomar um duche, e que rapidamente voltaria. Pedido aceite, martim, acompanhado de matilde foi até á porta.

Mat: Nao te demores - disse com um brilho pouco comum no olhar.
Mar: Nao te preocupes princesa - piscou o olho e saiu.

Matilde ficou paralisada por momentos, de seguida fechou a porta e sorriu, puramente. Um bom pressentimento ocupava-lhe a cabeça. O que seria?

that day

Matilde tinha quase que ignorado Martim. Era estranho ele ter sentido o mesmo que ela, e resolveu fugir ao assunto.

No dia seguinte, acordou cedo com o sol a entrar lhe pela janela. Preguiçosa e com os olhos ainda a pesar, levantou se e dirigiu se á varanda. Sentou se numa cadeirinha de palha que lá se encontrava e inspirou forte o cheiro do mar. Depois de levar com tanto sol sentia-se preparada para ir tomar um banho demorado e de seguida tomar o pequeno almoço. Levantou-se, e de seguida deu uma olhada rápida no areal. Martim estava lá. Deitado á beira mar com uns calçoes de banho cor de rosa. Ele nao a viu. Matilde sorriu e entrou pra dentro de casa, e foi calmamente preparar o seu banho. Correu para a banheira e ficou lá cerca de meia hora. Ao terminar o mesmo dirigiu se para a cozinha onde preparou cereais e foi para a sala sentar se no sofá a ver televisao. Estava a dar a sua séria favorita e resolveu logo aninhar-se ali e ficar a ver. Pouco lhe importava se já tinha visto aquele episodio umas mil vezes, ela adorava a adrenalina que transmitiam.
- Era tão bom encontrar aqui um grupo.. Só tenho o Martim e digamos que nao é agradavel passar o tempo todo com ele.. - subitamente foi interrompida pelo soar da campainha.
Ao abrir a porta apareceu Martim, com uma flor na mao.
- Olá Matilde, desculpa se te acordei ou se venho incomodar-te, mas queria dar um passeio contigo! Que me dizes irmos ao Shopping da vila? - Nao exitou!
- Oh Martim que optimo, mas é claro que vou! Deixa me só ir buscar a minha mala e o resto das coisas que é para já. - Subiu as escadas numa velocidade tremenda. Saiu á pressa e deixou um papel á tia para nao a preocupar. Ia ser um grande e diferente dia.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

bons sonhos

Após uns poucos minutos da viagem de carro com a sua tia tinham chegado á festa. Uma coisa banal ia tornar-se muito especial. Matilde decidira explorar a festa sozinha e a sua tia logo arranjou companhia. Ali, Matilde sentia-se tão segura e livre. Poderia fazer o que quisesse e andar por onde bem lhe apetecesse que nada lhe aconteceria. Começou por visitar as pequenas barraquinhas que existiam por lá e as memórias das viagens aos paises tropicais tinham voltado. Comprou uns quantos acessorios mas ainda assim nao estava decidida a vir se embora. Os carrosseis e todas as outras maquinarias despertavam a sua atençao, e ela decidiu gastar mais uns trocos e divertir-se. Estranho é, quando se dirigia para um dos tantos carrosseis, os seus olhos eram agora tapados por alguem. Pensando ser a tua tia reagiu muito bem, mas não. Não era a sua tia e muito menos um desconhecido, pelo menos neste momento da historia. O seu espanto foi enorme ao olhar para trás. Era Martim. Desta vez estava com um estilo mais arranjado e como sempre, bonito. Ambos sorriram de felicidade e passaram algum tempo juntos. Andaram nos carrosseis todos da festa e madrugada dentro decidiram ir para a praia. Martim comprou um gelado para cada um e decidiu levar Matilde para um passeio. Após andarem imenso e já terem falado de imensas coisas, chegavam finalmente á praia dos desejos, e por conseguinte á casa de Matilde. Ela decidiu avisar a sua tia, nao fosse ela ficar preocupada e então mandou lhe uma mensagem : "Tia, andando para perto de casa, arranjei companhia! Não fiques preocupada, qualquer coisa que precisares liga! Beijos".

Juntos e sempre muito bem dispostos desceram a escadaria central da praia. Apesar da sua beleza era uma praia muito pouco frequentada. Poucos sabiam apreciar a sua beleza. Mas aqueles dois sabiam onde estavam e porque lá estavam. Correram pela praia como duas crianças felizes e ao fim já estavam estafados. Não corria nenhuma arajem por ali. Estava uma típica noite de verão Algarvia, e era uma noite perfeita. Lua cheia a reflectir no mar sem ondas, todas as estrelas estavam brilhantes como nunca. Cansados, deitaram se na areia e falaram mais um pouco:

- Matilde, tenho de te confessar uma coisa..
- Então, que se passa?
- Eu tenho de dizer-te que, eu não sei mas tu tens qualquer coisa que me deixa enfeitiçado. É super estranho.. Não sei explicar..

Matilde paralisou. Afinal o Martim sentiu se como ela se tinha sentido. Ficou sem palavras possiveis. Mas aquilo não poderia passar de um sentimento de amizade, não poderia magoar-se outra vez e afinal de contas, todos os rapazes eram iguais. Não se deixou levar pela conversa e apenas respondeu:

- Pois, é estranho. Eu acho que sou uma rapariga igual a tantas outras. - parou por momentos e olhou para o seu relógio.- bem, já se está a fazer tarde, acompanhas-me a casa?
- Claro que acompanho.

Juntos foram até casa da tia Gabi, e despediram-se apressadamente com dois beijos na cara.

-Matilde amanha vais ao P-D-S? - perguntou desesperado
- Sim Martim, devo ir, vemonos amanha! - Disse Mats fechando a porta.

Isto não podia ser igual ao que sempre tinha sido. Desta vez nao se poderia apaixonar, tinha de o ver só como amigo. Apenas amigo. Matilde subiu as escadas e dirigiu-se ao quarto. Vestiu o seu pijama e deitou-se. O dia tinha sido longo e amanha haveria muitas mais coisas para fazer.

azul e branco, M

Depois pensar, e dar imensas voltas ao seu pensamento, Matilde deixou as ideias de lado e desceu para jantar. Ajudou a tia a colocar as coisas sobre a mesa e desfrutou do seu jantar, mesmo estando ainda um bocadinho aluada com tudo. Mas o que ela não sabia é que nessa mesma noite havia uma festa, onde toda a gente da localidade iria estar. Era do género de uma festa popular, daquelas com imensos carrosseis e tudo mais que fascina toda a gente. Matilde ao saber da mesma, não conseguiu esconder a felicidade e de imediato se aprontou para a grande festa. Estava simples, mas muito bonita. Vestia um par de calças de ganga, um pouco rasgadas como manda a moda, uma camisola azul escura e branca ao estilo étnico e calçava umas sandálias natura. O seu longo cabelo loiro estava apanhado com uma enorme trança e deixava escapar um elástico com uma pequena letra, M. Sem maquilhagem e 100 % ao natural lá desceu as escadas vagarosamente. Encontrou a sua tia quase igual a ela e mal se viram, soltaram umas poucas gargalhadas. Em abraço mutuo, saíram de casa.



Faltava pouco para a festa e ela nem saberia o que poderia acontecer numa "simples" festa.

Miragem?

Após inesperado episódio, Matilde refugiou se em casa. Entrou sem dizer nada, subiu as escadas e não disse uma unica palavra. Deitou se sobre a sua cama e pensou se aquele rapaz que tinha visto hoje na praia era mesmo real ou se era fruto da sua imaginaçao. Realmente Martim era um rapaz fora do comum, e Matilde tinha ficado logo enfeitiçada, mas não queria dizer nada a ninguém. Seria o seu segredo.